sexta-feira, fevereiro 25, 2005

Para além de mim...

Escrevo e nunca escrevo porque está na ausência das linhas o que de mais bonito te digo.É nas palavras que não profiro que a verdade cresce e me alaga... e é por isso que tantas vezes permaneço por trás do que te digo sem que os meus lábios esbocem o menor movimento...E tu já sabes de cor o meu sorriso, e sabes ler as palavras que não escrevo e ouvir as que não digo... porque tu sabes alongar-te para além do teu corpo e chamar-me nos veios de luz para além do espaço...E eu, ainda que aparentemente imóvel, estremeço quando me adentras no silêncio da noite em que não estás... mas q eu sei sentir!
E sorrio-te simplesmente...


Cris (Dos meus lábios nasce a noite)

quinta-feira, fevereiro 17, 2005

No trilho das tuas palavras...

Trouxe-me o vento, um regaço cheio de palavras tuas... soltou-as no meu colo e reparei que dançavam em volta dos meus braços, vestidas de um vermelho rubro de fogo... Beijei-as!
Sim, beijei-as nos lábios porque sabia q me saberiam aos teus... E, em cada beijo que lhes dei mergulhei ainda mais nas tuas mãos. E percorri assim um trilho que me levou ao único canto do mundo onde sei morar... e eu sei q me sentiste entrar...
E que me deixas lá ficar...
Cris (Sussurros fora do tempo)

sábado, fevereiro 12, 2005

chhhhhhhhhhh....

Tenho o silêncio colado à pele... restos de ti vagueiam-me nos sentidos e adormecem-me devagarinho.
Olha para mim... quero abandonar-me aos sonhos na serenidade do céu dos teus olhos...
Assim...
chhhhhhhh.... n desamarres o silêncio... permanece apenas... Eu sei de cor o sabor dos teus lábios nos meus quando dizes q me amas...
Sim... a maçãs verdes... chhhhhhhhh....
Eu também...tanto!
:)
Cris ( Sussurros fora do tempo)

quinta-feira, fevereiro 10, 2005

Se eu soubesse...

Olho vagamente em meu redor enquanto sinto a chuva escorregar distraidamente ao longo dos meus braços... Sempre me deliciei com a frescura das gotas soltas e desordenadas na minha pele... fazem-me lembrar as pontas dos teus dedos!Sinto os meus olhos em busca do espectro solar na sua forma mais colorida como se procurasse a tela que gostaria de saber pintar. Desejo cada cor no filtro do meus olhos como se assim pudesse reter a beleza do mundo, eternamente... em cada pedaço de arco-íris está um sonho meu – até no preto mora a noite escura em que gostaria de te abraçar. Sim... é lá, no preto, que está esse sonho, porque um abraço que nasce com sabor a saudade deixará por certo uma lágrima solta... e não quero que me vejas chorar!...
Mas os meus sonhos moram em todas as cores... e no branco moram as asas em que voo sem rumo para além de mim e de ti, sobrevoando um espaço que invento e no qual te amo sem obedecer a horizontes ou fronteiras...
Já não chove mas a minha pele cheira a madrugada nas gotas de chuva que permaneceram esteticamente em forma de orvalho... parecem pequenos cristais malabaristas nas pontas dos pelos dos meus braços... Não tenho frio porque sei o calor dos teus lábios e sinto-os no desejo de beber a água da chuva que escorre da minha pele... não, não tenho frio!
Se soubesse pintar... pintaria os meus sonhos nas cores do arco-íris, com as pontas dos meus dedos!
Cris (Sussurros fora do tempo)

quinta-feira, fevereiro 03, 2005

Do mais profundo da minha alma...


Pois não sabes tu que, no descuido do prolongar da cútis, se deixam os olhares adormecer no profundo dos sentidos e na permanência das bocas ensalivadas, como se em romarias de sonhos ascendessem aos céus?
E não sabes como sabem a canteiros de madressilva os abraços líquidificados na profusão de aromas divinos e celestiais?
E acaso olvidas a ternura espásmica dos ventres escorregadios das manhãs esquecidas na neblina emanada dos corpos cansados da mágica fusão e da permanência dos sucos celestes?
A urgência dos abraços imana da terra e perde-se na procura de beijos que jorram da alma completando assim os espaços rasgados em ferida e aquietando a espera... E a imperfeição dos tempos perde-se na completa ausência de espaços enquanto germinam os sentidos mais pungentes num magnífico regresso do mais profundo das nossas almas.
Tu sabes que podem os teus passos levar-te ao mais permanente dos longes e ao último dos oceanos, mas será sempre a alvura das tuas asas o último manto que vestirei... E o cruzar dos trilhos prolongar-se-á pela eternidade até que o voar dos anjos se surpreenda na troca de um olhar profundo e se fundam num só...
Caminharei sempre até ti!...

Cris (Sussurros fora do tempo)