segunda-feira, maio 30, 2005

Não sei...

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Cobría-nos um manto de mar e de céu... nas gargantas tremia-nos a vontade de um abraço, socorro de um beijo naufragado pela urgência de lábios.
A paisagem era sol e a estação , a dos aromas das areias a dançar por entre as ervas das dunas ao som da brisa morna de uma manhã morrente...
Não há jardins na beira do mar, mas tu viste-me flor a desabrochar e nas palavras que eu não disse ouviste a minha alma a cantar... Soubeste, então ser sonho e mãos e beijos... Soubeste ser maré e corrente e barco no mar... Soubeste ser da cor do sol poente e eu quiz saber nascer em ti, mulher luar...

Não sei onde acaba, agora, a tua pele e começa o meu corpo... Não sei onde terminam os teus beijos e começam os meus lábios... Não sei onde o teu caule sou eu já a abrir em flor... Sei apenas que gosto de permanecer em ti e que só sei chamar-te de meu amor!


Cris ( Do ventre do mar)

terça-feira, maio 24, 2005

Deste-me o nascer do sol...


. Posted by HelloFotografia: Alfredo de Sousa Ventura

Um dia semeaste o nascer do sol na palma da minha mão e, sorrindo, disseste-me que o tinhas escolhido para me dar por ser o que de mais parecido encontraras com o meu sorriso. Nesse momento, inventei uma lágrima azul, e chorei-a, para ta poder dar... Não querias!... Pensavas que te entristeceria, mas eu lembrei-te que era apenas o que o que eu possuia de mais parecido com o mar!
E tu soubeste que era força e magia e amor o que eu te queria dar!
Depositaste, então, essa lágrima nos teus lábios e, fundindo nos meus olhos o teu olhar, pediste-me que te beijasse suavemente para que a pudesses guardar...

Desde então, a cada nascer do sol, sabem-te os teus lábios a sal... o sal de uma lágrima vestida de barco que não sabe naufragar! ...

Cris ( Dos meus lábios nasce a noite)

sábado, maio 14, 2005

Ensina-me a cantar, amor!


Imagem: António Miguel Posted by Hello


No corpo nu dos meus sonhos,
É tão fácil deitar...
E, qd olho o calor dos teus olhos,
É um sorriso q te faz acreditar
Que os braços q te estendo
Que a pele q te arrepia
Q os lábios q te seduzem
E a língua q te lambe...
São a minha alma a chamar...
Por ti, amor...
Deita aqui...
Vem sonhar!...


Lembro-me de quando me desenhaste Lua e me pintaste com as cores do arco-íris. Lembro-me de quando vi no mar o rubro dos teus abraços e a tua sede de sonhar. E Lembro q deixaste na cor do céu o reflexo do meu olhar... no teu!
E foi assim que, da ponta dos teus dedos, germinou o meu sorriso e os meus olhos aprenderam o balancear dos teus abraços. E neles o meu corpo foi peregrino e aprendeu a sonhar...

Quero amar-te…
Ser tua…
Sentir-te…
Cheirar tua alma…
Sonhar o teu perfume…
Perder-me em teus braços…
E, no crepitar deste lume…
Saber que me sabes…
Apenas a Lua!


Ensinas-me agora a cantar?...


Cris ( Sonhos em Tempos de Lua)

terça-feira, maio 10, 2005

Escuta...


Imagem de Credd's Posted by Hello


Apetece-me o rubro dos teus lábios e o doce silvestre da tua saliva no salpicar dos meus desejos...

Podem os teus dedos perder-se nas marés dos meus cabelos ao vento e a palma das tuas mãos trilhar o fundo do meu peito em desalinho enquanto nos meus ombros nasce a procura da tua pele-pêssego da cor da vontade e da loucura...

Podem os teus braços desfazer a fronteira entre a lucidez e o desvario e perder-me eu neles como barco à deriva sem norte e sem caminho...

E podem os teus olhos adentrar os meus segredos e inundá-los de carinho. Podem dizer-me em surdina q há lugares no avesso de nós que sabem a abrigo e a magia...

E mesmo assim, amor, é a amoras silvestres que eu quero hoje o sabor do teu beijar!...

Porque me apeteces, hoje, nas cores que se deitam, ao entardecer, no colo do mar. Porque te quero, agora, na urgência do vermelho rubro do morango que, ao trincar, se desfaz na mais fresca das fragâncias como se fora a espuma branca do mar... Porque te amo em cada gesto, em cada cor, em cada aroma... em cada olhar!...

Dizer-to é simples, mas eu prefiro que o sintas a cada instante da vida e o vejas escrito no céu da minha boca a cada momento em que te beijar!...

Escuta.... ao fundo, baixinho... ouve-se o mar!...

Escuta...

Cris ( Dos meus lábios nasce a noite )


quinta-feira, maio 05, 2005

E um dia chamei-me lua...


E um dia chamei-me Lua... Posted by Hello

Um dia chamei-me Lua...

Foi quando os teus dedos encontraram nos meus olhos dois pedaços de luar e nos teus viste reflectida a cor do mar, num sorriso nu, nascido de um eco do firmamento que eu n consegui guardar.

Fizeste de um canto do mar o leito do verbo amar e eu vi no teu corpo a caravela que em sonhos me levaria aos braços das estrelas com q eu queria dançar... Dos teus ombros nasciam velas brancas que roçavam de leve a brisa que me enlevava no ar nas voltas de uma valsa que tinha por ritmo o marulhar dos teus lábios nos meus... Num segundo perdi o rumo do mundo e subi ao ponto mais alto dos céus ...

Lá estava a Lua... pedaço inerte de matéria, árida, triste, nua... E eu, que te queria dar o universo, ao vê-la ali tão só, vesti-me dela e fiz-me tua!

E porque dos meus olhos nascia a vida, aquela Lua, agora raínha tua, já sorria...

Um dia... chamei-me Lua!

Cris ( Dos meus lábios nasce a noite)


terça-feira, maio 03, 2005

vejo tão mais assim...

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Sento-me calmamente nos braços da noite... quieta, como quietos estão os ventos da madrugada...
Ao ouvido chegam-me apenas os murmurios do silêncio e a voz da esperança aquietada no tempo. Estou cega, por enquanto, que a meus olhos me nega a vida a luz, mas sei agora que a cegueira não atinge a alma nem os sentidos e que não limita a vontade...
Vejo tão mais assim...
Vejo-te tão mais em mim...
Tomei em meus braços a fé e embalo em mim o acreditar... n rezo... peço! Outro nome não poderia dar aos pedidos que a cada momento me atravessam a voz, ainda que calada me encontre... Peço, rogo, imploro e prometo até... porque estas são as ferramentas a que fui limitada...
Cumprirás as promessas comigo, de mãos dadas, no dia em que os meus olhos saírem da escuridão...
Nesse dia encheremos de pétalas brancas o regaço e entregá-las-emos num abraço ao sorriso que sempre nos amparou...
Ajoalharemos aos pés do mundo e sentiremos no apertar das mãos que valeu a pena acreditar!
Por enquanto resta a espera e o pedir... e o passar do tempo...

Cris (Sussurros fora do tempo)