sexta-feira, julho 29, 2005
.
Vem...
Ofereço-te-me regaço-sorriso... vem apenas, ausente de palavras que eu saberei ler-te nos lábios o beijo que me trouxeres...
Vem...
E saberás no meu olhar a vontade de te guardar em mim...
Dar-te-ei apenas o momento dos silêncios sem mundo que mora no seio dos meus braços.
Serei apenas ventre no acolher do teu olhar e saberei ser tempo sem compasso para q possas serenar.
Guardarei no meu peito os gritos q te ferem a garganta e calarei nos lábios as mágoas q me deres a guardar...
Vem... somente!
Cris ( Transparências)
terça-feira, julho 26, 2005
No adormecer dos dias...
.
Há no adormecer dos teus dias um sussurro mágico, que vai além do encantamento, que me inebria e mantém inerte, ao sabor da vontade das íris extasiadas...
Olho-te para lá da distância e do recorte da solidão q transpiras... e respiro-te. Emprenho de ti o sal da vida e o ondular dos dias. Empresto-te as palavras para q possas vestir o voo das gaivotas de poesia e, em troca, ofereces-me a beleza dos flamingos em bando, rosando assim os meus sonhos , agora plenos de bailados graciosos e tranquilos.
Não me canso de te olhar no adormecer dos dias. De te olhar e de te sorrir...
Sabes-me a restos de infância e ao desabrochar dos sentidos... em ti deposito as pétalas de malmequeres desfolhados no seio da ânsia de viver , as lágrimas cristalizadas de mel desperdiçado em desgostos gaiatos e agora tão distantes, e aqueles sorrisos que transbordavam do peito nas horas das fogueiras a crepitar por trás dos acordes de uma qualquer guitarra perdida nos braços da lua...
Sonho-te ainda no adormecer dos dias, embalada pelo som dos beijos com sabor a fim do mar e a camarinhas... e sei-te minha cúmplice no relembrar dos pés descalços, gravados ao correr das tuas margens...
Olhar-te em silêncio no fundo dos meus versos é saber-te permanência naquele pedaço de alma que escolhi para guardar em mim a magia do adormecer dos dias no teu regaço, berço da lua...
Cris (Paisagens q não sei pintar)
segunda-feira, julho 18, 2005
Hoje, sim... sou eu!
sorrindo...
Hoje, sim, sou eu!
Olho estas minhas mãos e encontro-lhes vontade de acariciar as palavras...
Solto do peito a garra e agarro as palavras como quem as abraça, como quem as afaga e as beija. Hoje apetece-me um cesto no braço de onde se soltem os ramos de hera num rasto perfumado de primavera e verde... Hoje apetece-me semear um jardim de açucenas e sentir o macio do branco no meu rosto... Hoje renasço de mim mesma como se um mágico germinasse no meu peito e me trouxesse à garganta uma cascata deliciosa de poemas...
Agarro o fruto desfeito em sumo
e deixo escorrer por entre os dedos
o néctar, alimento dos meus sentidos
alheio ao meu sentir ele é sangue
das veias que invento no palpitar das palavras
e alaga-me a alma de um vermelho vivo
no entumescimento das vontades
desnudas de muralhas e firmamentos
vestidas apenas de sonhos e desejos que não minto
E eu sou... sou parte de um poema que vomito
num vómito do extase que consinto
a mim mesma quando voo além das asas
com que visto as palavras em que sinto
a magia das valsas imaginadas
ao ritmo dos teus braços que entrelaço
no sabor das palavras ensalivadas
pelos beijos que nos nascem dos lábios
agora já saciados e ainda tão famintos
Hoje, sim... sou eu!
Cris (Transparências...)
terça-feira, julho 05, 2005
nas asas de um beijo...
Crescem asas no meu peito a cada momento em que respeito o voo dos q por mim passam...
_ Que bom deve ser voar...
Proferiste estas palavras como se fosses um condenado e este o teu último desejo... Eu n tinha umas asas para te dar, mas senti q esperavas de mim uma resposta, algo q te convencesse da inutilidade de tal voo...
Querias, sei bem, que te dissesse q voar é simples fantasia de quem nada tem para fazer e que esperava de ti a racionalidade de quem sabe bem onde coloca os pés e a firmeza de quem sabe escolher o seu caminho... E porque sabia q era essa a resposta q esperavas de mim, quase ta dei...
Quando demorei todo aquele tempo no fundo dos teus olhos, foi o tempo q demorou a luta q travei entre a tua vontade e a minha consciência... entre o medo de te desiludir e a defesa do meu acreditar... e foi mais forte do q eu...
_ E o q te impede de voar, amor?
_ Meu Deus, se não te conhecesse como conheço pensaria q acreditas que é possível voar...
_ Repito a pergunta : E o q te impede de voar?
_ Talvez o facto de n ser pássaro, não? Claro q posso sempre apanhar um avião, ou andar de asa delta, mas para o primeiro falta-me motivo e tempo e para a segunda... bem, falta-me a dita...
_ E coragem... não falta?
_ Hum... talvez tb um pouco, mas na ausência do material que interessam as suposições? Vá, mudemos de assunto... Onde queres ir?
_Voar!...
_Mau!... Deixa para lá os voos antes q te cresçam asas na ponta do nariz... eheheheheheh
Não podia parar naquele momento. As asas já cresciam dentro do meu peito e n me apetecia voar sozinha...
_ Vamos voar os dois... chiuuuuuuuuuuuu... n digas nada... encosta o teu peito às minhas costas e abraça-me... agora fecha os teus olhos e encosta o teu rosto no meu ombro... isso!... Esquece o teu corpo... n tens peso... esquece o chão... abraça-me só... sim, assim forte... e deixa-te ir!...
Sente a brisa morna nos ombros e deixa crescer em ti a sensação de umas asas brancas, leves, imensas... deixa q te conduzam aonde a tua alma quer ir... isso! ... Abre agora um pouco o teu abraço... só o espaço para q os meus lábios possam procurar os teus... Não, n abras os olhos... sente apenas...
Quando o meu sorriso se deitar nos teus lábios diz-me apenas o q sentes...
_Como é bom voar contigo, amor!...
Cris (páginas para te sonhar)
Subscrever:
Mensagens (Atom)