O sorriso da lua...
domingo, maio 03, 2020
Boa noite, mãe!
Não tenho sono, mãe
Tenho saudades tuas
Do teu sorrir e do teu regaço ...
Queria adormecer no teu colo
E saber que de algum modo
Continuarias sempre aqui...
Comigo
Nao adormeço, não consigo
Faz-me falta o teu abraço
Resta-me beijar-te num sorriso
Enroscar-me nele com jeitinho
E sonhar que me enlaças
Nos teus braços!
Cristina Fidalgo in, "Conversas contigo...depois!"
@Todos os direitos reservados
quarta-feira, abril 29, 2020
de repente...
acordei -te-me no silêncio da noite
e entrelaçamo-nos no roçar da pele
macia dos nossos corpos em espera
e eu vi margaridas nos teus olhos
de um branco tão alvo e deleitoso
que nelas pousei os meus lábios levemente
e num repente lhes suguei o mel
nele... doce e quente... mergulhei meu corpo
e aconcheguei-me no avesso da tua pele
morei lá momentos de magia
aqueles momentos meus que eu tanto queria
porque os teus me ensinaram a querer
de repente emergi de ti e num segundo
reconheci-te-me na ternura dos teus lábios
que sábios me fizeram renascer...
Cristina Fidalgo in, Do avesso da minha alma
@todos os direitos reservados
terça-feira, junho 23, 2015
?
O que faria eu sem o sorriso que nasce nos teus olhos
E nos meus se faz mar revolto e chuva solta ao vento
Sempre que a mim entregas o que dos teus sonhos
É parte da vida que corre nas minhas veias e no meu
pensamento
E em momento perfeito se transforma a cada instante
O que faria eu sem o toque mágico dos teus dedos
No amaciar dos vértices dos meus mais secretos medos
Quando nos reversos da vida deixo de saber sorrir
?
O que faria eu
Meu amor…
Cris (No Reverso do Avesso do Meu Olhar)
@Todos os direitos reservados
segunda-feira, junho 08, 2015
é meu o fado...
quero saber porque é este o meu fado
porque me doem as mãos na demora do tempo
e porque sai de mim o pensamento
para morar apenas ao meu lado
quero saber porque teimam os meus dedos
na mágoa que não quero minha e não percebo
na dor que eu renego e a que não cedo
quando é de medos que encontro o meu peito semeado
quero saber porque fogem as palavras de mim
e em jeito de garras me agrilhoam a um tempo
que não quero mais sentir assim como um lamento
é a vida que eu quero no meu regaço e não o medo
é o ar que respiro que eu quero no meu peito
e não a amargura e a tristeza do incerto
e é por isso que eu quero parar de pensar
fugir de dentro deste peito aberto
e da lágrima que por fado se fez mar
Cris (No Reverso do Avesso do Meu Olhar)
@Todos os direitos reservados
segunda-feira, junho 01, 2015
Até ao céu...
Até ao céu...
É numa noite assim, bordada de ténues lembranças do teu sorriso e da tua voz, que me quero deixar adormecer no tempo e saborear o que no meu peito sobra de nós.
Sempre que me abandono aos dias que foram nossos, às correrias nos campos, às gargalhadas, às histórias que líamos tantas e tantas vezes... às árvores que nos estavam proibidas mas que trilhávamos como se fossem avenidas... aos passeios que dávamos nas nuvens que nos serviam de modelos, consigo sentir ainda o gosto doce das nêsperas e das ameixas, temperadas deliciosamente pelas azedas avinagradas que apanhávamos no jardim! E as corridas que fazíamos com os teimosos dos bichinhos-de-conta, lembras-te?...
Não sei onde estás, nem como me sabes agora... mas sei que, onde quer que seja, estás a sorrir... a correr por um qualquer jardim, a desenhar as nuvens que eu ainda consigo sonhar. Às vezes, na hora dos sonhos, ainda vens ter comigo... e vemos a ria, juntos, lá do alto da nespereira... E jogamos às escondidas para eu te poder encontrar. E tu já sabes que te encontro sempre... descubro-te no marulhar das ondas da ria, nas pontas do vento ou nas pregas da maresia. Descubro-te nas pétalas das flores do jardim, no som dos pingos da chuva, no aroma das páginas dos livros de aventuras que ainda guardo. Descubro-te nos sons que me afagam a alma e se aninham no meu peito... lá onde a vida é só memória.
Sei-te estrela... a brilhar tanto...
Descubro-te sempre... e dói, como dói ao beijo a falta de um rosto, como dói ao abraço a falta de um ombro, como dói ao sorriso a falta de um olhar...
Dói porque o tempo consome a vida mas não consegue apagar a saudade... e eu tenho tantas saudades tuas!
Um beijo... até ao céu!
Cristina Fidalgo (Conversas contigo... depois!)
Todos os direitos reservados
quinta-feira, outubro 30, 2014
Regressando...
Hoje, a meio do fim da manhã, sentei-me em frente a ti... há muito que não o fazia, pelo menos com a alma tão plena de mim e de alegria! Tão logo me sentei e já tu me inundavas com esse sorriso dourado e doce que tanto amo. Sorri-te de volta e aconcheguei-me no abraço morno que me emprestaste.
Por momentos perdi de mim as palavras, os gestos... e permaneci aninhada nos sentires que me inundavam o peito. Foi nesse momento que tomei consciência que estava de volta, que a partida não era mais um caminho... Foi nesse momento que percebi o grito de guerra que tantas vezes ouvi dentro de mim, em surdina - o grito que me nascia nas entranhas e me plantava o rosto de sorrisos; o grito que mantinha o meu olhar azul e vivo; o grito que me fazia acreditar que o tempo vivia ainda em mim e em mim permaneceria...
Fechei os olhos e deixei que o teu marulhar entrasse em mim. Salpicaste-me... num gesto traquina, de quem está feliz... Passei pelos lábios a língua e sorvi, em êxtase, o salgado do teu suor que me deu força... Abri os braços ao vento, olhei o céu, de um azul intenso, sorri a cada um dos pontos do firmamento e, por entre um gargalhar puro e sincero, que havia já esquecido, gritei para dentro de mim mesma : ESTOU VIVA!
Depois... olhei-te de novo, depositei o meu olhar no teu e tive a certeza que o teu ombro ali estivera sempre à espera que eu acreditasse...
Cris in " Voltando para mim..."
terça-feira, outubro 22, 2013
Rebeldia...
Foto: Cristina Fidalgo
e
quando a julgo a dormir
desperta-me em tom de balada
desata num pranto pegado
transborda-me em rio
incontido
nas margens de um leito
severo
e deixa-me perdida
e atordoada
quando menos quero
e menos espero
Cris ( Transparências)
Se sinto ou não sinto o que escrevo
que importa, quem quer saber?
Que interessa se falo verdade ou se minto
no momento da pena correr?
que importa, quem quer saber?
Que interessa se falo verdade ou se minto
no momento da pena correr?
Tenho alma de gente a sério
alma que vive a crescer
stressada
feliz
dorida
que importa se não sente nada?
alma que vive a crescer
stressada
feliz
dorida
que importa se não sente nada?
Pois é...
Estou a mentir
esta minha alma é danada
se bem que a queira a sorrir
cisma em fingir-se zangada
Estou a mentir
esta minha alma é danada
se bem que a queira a sorrir
cisma em fingir-se zangada
e
quando a julgo a dormir
desperta-me em tom de balada
desata num pranto pegado
transborda-me em rio
incontido
nas margens de um leito
severo
e deixa-me perdida
e atordoada
quando menos quero
e menos espero
Ah! alma safada
aquieta-te...
adormece...
aquieta-te...
adormece...
Cris ( Transparências)
quarta-feira, outubro 16, 2013
Vamos conversar um pouco?
tenho uma vontade louca de conversar contigo ainda que não saiba o que te dizer. não tenho um tema para conversarmos, não sei sequer se virás aqui ter comigo... mas apetece-me conversar!
gostava de dizer-te que está tudo bem, que respiro sorrisos e gargalhadas, que transpiro a serenidade que me costumas encontrar na voz e a tranquilidade que me conheces no olhar... mas não está tudo bem e eu não sei conversar contigo assim.
há medo, preso num grito, bem no fundo da minha garganta. é o medo de desabitar o teu olhar, de deixar as tuas mãos vazias de mim... medo de esvaziar de sol os meus olhos. não gosto do escuro! sei de cor, o silêncio, mas não quero habitá-lo em permanência.
de vez em quando encontro-me no por do sol, aninhada, numa busca incessante de gravuras rupestres esquecidas no tempo, que me garantam que há cantos no céu onde também se pinta a vida. se eu tivesse a certeza que nas curvas do horizonte nascem flores e frutos silvestres, que nas margens dos caminhos celestes há odores doces de sorrisos debruados de mel... se eu tivesse essa certeza, eu perdia esta vontade de expulsar de mim o grito agudo que tenho encravado na garganta! mas não tenho certezas, nunca mais terei certezas. posso até amordaçar este grito, escondê-lo de ti e de todos mas... e de mim? como posso eu esconder de mim algo que é tão meu, que me consome?...
ainda bem que não vieste aqui ter comigo... assim não te sentaste aqui comigo a remexer no por do sol, nem ficaste a conhecer-lhe os cantos menos suaves.
e, eu, prometo que não vou deixar-te procurar as pinturas rupestres e que não volto tão cedo a aninhar-me aqui no por do sol. vou antes pegar nas tuas mãos e encher a minha alma do aroma do mar e da espuma dele quando me beija os dedos dos pés devagarinho. vou enfeitar a noite com estrelas do mar e pendurá-las nas pontas das algas que me aquecem os ombros, quando me encosto a ti com ternura. podemos ficar sentados a dançar o silêncio que nos enfeita os momentos em que dizemos tudo o que sentimos sem usar uma única palavra...
Cris ( A Voz do Silêncio)
terça-feira, outubro 01, 2013
Um beijo, pai!
olho através desta saudade que me queima o peito
e não consigo encontrar o mais pequeno jeito
de não me lembrar de ti a toda a hora
dizem que é o tempo que leva a mágoa da alma de quem sofre
e a faz desaparecer como se a saudade fosse uma espécie de sede
e o passar dos dias a água que se lhe dá a beber
eu não quero que morra em mim
esta saudade de ti e de te lembrar
nem quero que me definhe na alma
esta forma de te sentir aqui
feito regaço
que me embala
é na calma desse abraço que em mim mora
que eu encontro sempre o teu sorriso
esse olhar meigo que nunca de mim foi embora
e a ternura da tua voz de eterno menino
que me deixaste por herança e por destino
e que eu guardo num cantinho do meu peito
para te ter sempre comigo
Um beijo, pai!
Cris (Conversas contigo...depois!)
terça-feira, setembro 24, 2013
nascem papoilas no meu peito
Foto: Cristina Fidalgo
nascem papoilas no meu peito
sempre que deito a cabeça no teu colo
e em jeito de filha perdida na distância
te digo das saudades que sinto do modo
como me abraçaste e te-me deste
nesse teu amor tão puro e tão meigo
deste-te-me no falar das tuas gentes
no calor desse teu sorriso lento e quente
no vagar desse teu jeito de amar
tão verdadeiro e transparente
que me fez amar-te tão prontamente
como se de ti fosse nascida
deste-te-me no respirar fresco do teu pão
no aroma dos teus verdes dos montes amarelos
nos teus pores do sol com cheiro de café com leite
e no macio do azeite feito templo do coração
deste-te-me nos amigos que me ofereceste
e nos sorrisos deles que plantaste nos sorrisos que são meus
nos gestos que deles me gravaste na alma
e na calma que me ensinaste a deixar germinar
no que de mim não se acalma de saudade
desse meu Alentejo das papoilas
que nascem e esvoaçam no meu peito
Cristina Fidalgo (Do jardim da minha alma)
nascem papoilas no meu peito
sempre que deito a cabeça no teu colo
e em jeito de filha perdida na distância
te digo das saudades que sinto do modo
como me abraçaste e te-me deste
nesse teu amor tão puro e tão meigo
deste-te-me no falar das tuas gentes
no calor desse teu sorriso lento e quente
no vagar desse teu jeito de amar
tão verdadeiro e transparente
que me fez amar-te tão prontamente
como se de ti fosse nascida
deste-te-me no respirar fresco do teu pão
no aroma dos teus verdes dos montes amarelos
nos teus pores do sol com cheiro de café com leite
e no macio do azeite feito templo do coração
deste-te-me nos amigos que me ofereceste
e nos sorrisos deles que plantaste nos sorrisos que são meus
nos gestos que deles me gravaste na alma
e na calma que me ensinaste a deixar germinar
no que de mim não se acalma de saudade
desse meu Alentejo das papoilas
que nascem e esvoaçam no meu peito
Cristina Fidalgo (Do jardim da minha alma)
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