terça-feira, setembro 24, 2013

nascem papoilas no meu peito

                                                             Foto: Cristina Fidalgo

nascem papoilas no meu peito
sempre que deito a cabeça no teu colo
e em jeito de filha perdida na distância 
te digo das saudades que sinto do modo
como me abraçaste e te-me deste 
nesse teu amor tão puro e tão meigo

deste-te-me no falar das tuas gentes
no calor desse teu sorriso lento e quente
no vagar desse teu jeito de amar
tão verdadeiro e transparente
que me fez amar-te tão prontamente
como se de ti fosse nascida

deste-te-me no respirar fresco do teu pão
no aroma dos teus verdes dos montes amarelos
nos teus pores do sol com cheiro de café com leite 
e no macio do azeite feito templo do coração

deste-te-me nos amigos que me ofereceste
e nos sorrisos deles que plantaste nos sorrisos que são meus
nos gestos que deles me gravaste na alma
e na calma que me ensinaste a deixar germinar 
no que de mim não se acalma de saudade

desse meu Alentejo das papoilas
que nascem e esvoaçam no meu peito

Cristina Fidalgo (Do jardim da minha alma)




3 comentários:

DaSilvaJF disse...

O teu jardim é e foi sempre muito especial. Eu sei, nasceu contigo e foste-o descobrindo mais e mais. Hoje ele está repleto de amor e sorrisos.

Cris disse...

Não há jardim que dê flores se n for regado e tu ajudas a tratar deste jardim de uma forma extraordinária! :)
Tenho um convite para te fazer: Fui convidada para fazer parte de uma coletânea de poesia. O livro vai ser lançado em Lisboa, na Livraria Bulhosa, em Entrecampos, no dia 12 de Outubro, pelas 15h. Se quiseres aparecer terei muito gosto em te agradecer pessoalmente todo o carinho q por aqui me deixas!
Beijinho do tamanho do mundo!

DaSilvaJF disse...

Há pouco que li o teu maravilhoso convite. Nessa precisa altura estava fora e bem longe. Pois ia me sentir especial ser convidado por ti. Beijinho