
Há no adormecer dos teus dias um sussurro mágico, que vai além do encantamento, que me inebria e mantém inerte, ao sabor da vontade das íris extasiadas...
Olho-te para lá da distância e do recorte da solidão q transpiras... e respiro-te. Emprenho de ti o sal da vida e o ondular dos dias. Empresto-te as palavras para q possas vestir o voo das gaivotas de poesia e, em troca, ofereces-me a beleza dos flamingos em bando, rosando assim os meus sonhos , agora plenos de bailados graciosos e tranquilos.
Não me canso de te olhar no adormecer dos dias. De te olhar e de te sorrir...
Sabes-me a restos de infância e ao desabrochar dos sentidos... em ti deposito as pétalas de malmequeres desfolhados no seio da ânsia de viver , as lágrimas cristalizadas de mel desperdiçado em desgostos gaiatos e agora tão distantes, e aqueles sorrisos que transbordavam do peito nas horas das fogueiras a crepitar por trás dos acordes de uma qualquer guitarra perdida nos braços da lua...
Sonho-te ainda no adormecer dos dias, embalada pelo som dos beijos com sabor a fim do mar e a camarinhas... e sei-te minha cúmplice no relembrar dos pés descalços, gravados ao correr das tuas margens...
Olhar-te em silêncio no fundo dos meus versos é saber-te permanência naquele pedaço de alma que escolhi para guardar em mim a magia do adormecer dos dias no teu regaço, berço da lua...
Cris (Paisagens q não sei pintar)