sábado, dezembro 31, 2005
O Pássaro da Alma
"João, paras quieto ou tenho que te dar uma palmada?"
Ficou quieto de repente, saltou para o meu colo, no sofá, e perguntou-me com um ligeiro sorriso, vestido de espanto:
"Foi o teu pássaro da alma que abriu a gaveta de estar zangado?"
Foi a minha vez de experimentar o espanto. Apanhada completamente de surpresa, não conseguia perceber se estava a tentar distrair-me a atenção do que me tinha feito zangar ou se estava simplesmente a "mangar" comigo...
"Tu não penses que me fazes esquecer a palmada. Ora volta lá a fazer a mesma asneira e vais ver se há pássaro que te salve... Ai, ai, ai"
"Mas tu não me respondeste. Foi o teu pássaro da alma?"
"Mas que conversa é essa?"
"Então tu não sabes que vive um pássaro dentro de nós? Oh, mãe, eu conto-te!Ele chama-se Pássaro da Alma e vive num sítio muito fundo, dentro do peito das pessoas... foi a Mafalda que nos contou hoje..."
"E esse sítio é...?"
"É a nossa alma, mãe! E lá, no fundo dela, há muitas gavetas... a gaveta de estar zangado, a gaveta de ficar contente, a de ter sono, a de ter fome, a de ficar triste, a de chorar... e até há gavetas de ter vontade de dar coisas às pessoas!"
" Que coisas, filho?"
"Beijinhos... queres um? Se eu te der um beijinho pode ser que o teu Pássaro da Alma feche a gaveta de estar zangado..."
Olhei bem no fundo daqueles olhitos expectantes e não consegui disfarçar a ternura de um sorriso. Nesse momento, senti no fundo do meu peito o movimento de uma velha gaveta a fechar... e o crescer de umas asas que me impeliram a voar ao mundo do meu menino-homem que, ainda no meu colo, esperava ansiosamente uma resposta minha, como se essa fosse a confirmação da veracidade daquela história lindíssima, contada pela Mafalda!Abracei-o devagarinho, muito devagarinho para que tivesse tempo de perceber a imensidão do meu Sim... e sosseguei-o:
"O Pássaro da Alma já fechou a gaveta de estar zangado, mas disse-me que voltava a abri-la se tu fizesses asneira outra vez... Por isso vamos lá a pensar os dois no que havemos de fazer para o Pássaro só abrir as gavetas das coisas boas... O que achas?"
"Mas eu sei! Olha, não podemos trancar as gavetas sem ele ver porque essas gavetas não têm chaves, mas podemos ter vontade de fazer as coisas bem e o Pássaro da Alma passa as coisas boas para as gavetas de cima e esquece-se das gavetas de baixo, onde ficaram as coisas más... Ele gosta de beijinhos e tu também. Eu dou-te muitos beijinhos, não faço asneiras e pronto!
"Combinado! Vamos lá ajudar o Pássaro da Alma a arrumar as coisas boas nas gavetas de cima! Dá cá um beijo grandeeeeeeeeeeee!"
Agora já entendo os ruídos da Alma nos dias cinzentos... É o Pássaro da Alma a arrumar as gavetas! Logo que se esquece das debaixo, a alma serena e a paz invade-me!Eu pedi-lhe que reservasse a gaveta mais acima de todas para colocar lá estes momentos doces da minha vida... e que a deixasse sempre aberta!...
Cris (Do Fundo do Meu Arco-íris)
Desejo que em 2006 todos saibamos abrir as gavetas de cima das nossas almas e de lá podermos retirar a paz, o amor e a tranquilidade que nos permitam saber viver este mundo com a sinceridade que aprendemos das crianças!
Um beijo a todos
Cris
terça-feira, dezembro 27, 2005
Quando me dou...
Dou-te o meu corpo em foz
no querer do teu nele nascente
Pelo chão derramo as vestes
véus-prisão da cor das correntes
e desamarro de mim o aqui-agora
o destino, as raízes e a memória...
Transpiro apenas momento
sem espaço e sem história
sou poeira trazida pelo vento
pergaminho sem palavras ou glória
mas alma viva e sedenta
de ti corrente de rio bravo
em agitado movimento
E aqui neste espaço para além do mundo
enlaço-te-me pela cintura
e troco a vida pelo segundo
em que juntos sejamos tão somente loucura
e nos desintegremos em marés vivas e puras
derramadas em mim por ti tão profundo...
depois... dou-te um sorriso desnudo
e nos teus braços adormeço!
Cris
Palavras para te sonhar
segunda-feira, dezembro 26, 2005
De coração aberto!...
Que o vosso Natal tenha sido replecto de paz, de amor e de desejos concretizados.
Não me foi possível deixar aqui, ou nos vossos blogs, uma mensagem de Natal em tempo mais oportuno, mas n esqueci da forma doce e carinhosa que me têm tratado e de todo o apoio q me têm dado para q nunca esqueça como é bom escrever. Por tudo isso vos agradeço mais uma vez e vos deixo aqui o desejo de um 2006 pleno de alegrias e de felicidade.
Por aqui continuarei e, espero, que de agora em diante, de novo com o ritmo com q comecei. Por algum tempo foi-me impossível, por questões de saúde, estar no pc, mas vinha sempre q possível espreitar os vossos comentários que tanto me ajudaram a ficar bem. Visitei os vossos blogs em silêncio pq o tempo q podia estar por aqui n me permitia fazer comentários, mas estive sempre com todos e por isso vos digo simplesmente: BEM_HAJAM!
Um beijo
Cris
segunda-feira, outubro 31, 2005
Desafio-te!...
Não quero mais sentir as arestas do silêncio... ferem-me a alma e cravam-se-me na pele...
Desafio-te ao duelo da palavra... sem gumes e sem reservas!
Desamarra-te dos medos e olha os meus lábios... mergulha nos gestos que lhes adivinhares e permite-te sentir-lhes o sumo das palavras...
Guardarei no céu da minha boca o som ensalivado do verbo que anseias afagar nos teus ouvidos... apagaste o tempo com o silêncio.
Talvez consigas aprender a ler a alma se souberes melodiar os lábios, mas terás que aceitar este duelo...
Permaneci no longe, aquietada na sombra da saudade, a observar-te... Sei de ti... sei da sede dos teus lábios e da loucura q percorre as pontas dos teus dedos... sei do soluço q te prende todos os gritos que moram em ti... mas tb sei dos teus medos!... E por isso te desafio agora...
Abre as tuas mãos e deita-te nelas... sente-lhes o sabor do vazio e da saudade... E abandona-te, amorfo de vontade, no remoínho que nasce delas... mas fá-lo apenas se é assim que queres viver a eternidade...
Eu... permaneço aqui... rasgarei o tempo se for preciso... mas saberei sempre sorrir pq nunca aceitei o silêncio por verdade... e nunca fugi ao som da palavra...
Desafio-te? Sim... assim mo pede a saudade!
Cris (Nas Arestas do Silêncio)
quinta-feira, outubro 13, 2005
Quem sabe... talvez...
Senta nessa pedra que talvez não exista mas q invento
E deixa-me aninhar aqui aos teus pés com ternura...
Sim, amor, pouso a cabeça no teu colo e choro
Enquanto as tuas mãos me acalmam e me secam os lamentos...
É nesse teu sorriso que eu me escondo e onde eu moro...
É nessas tuas mãos que abandono as vestes de guerreira.
Quero o teu corpo por abrigo e por esteira
Nele me rendo enquanto nestes dedos me abandono
E te digo como me sinto quando me deito na bebedeira
Do cheiro da tua pele para te sentir meu dono...
Estranhas talvez que me desarme e parta de mim como num sonho
Mas não suporto mais o peso da armadura e da máscara de ferro...
Batalho por um mundo de sorrisos e sou guerreira pela vida
Mas também sei como doi sentir-me perdida quando não sei sair dos escombros...
Nestas horas sinto o frio da nudez no consolidar da ausência
E sei que é ténue a linha da lucidez que me consente a permanência...
Sei q me estranhas tão nua... tão vazia de beijos e de gestos lentos
Mas não basta ser tua para esquecer que não existo... já nem sou gente!
Cobre-me da paz que se desprende dos teus braços...
Talvez o abraço me desperte... e me aqueça...
Talvez o meu corpo arqueie novamente
E o meu ventre no teu ventre nos enlouqueça...
Talvez os teus olhos ainda saibam sorrir e aos meus apeteça
Aprender a lutar de novo... e a vestir mais uma vez a limalha
Que me protege a alma do escuro e do medo da noite...
E, quem sabe, meu amor...talvez o amor aconteça!...
Cris (Do Silêncio e da Pele)
terça-feira, outubro 04, 2005
No momento...
.
É quando fecho os olhos que melhor te vejo...
É quando toco a tua ausência que melhor te sinto...
É fora do espaço que te encontro...
É fora do tempo que te sei amar...
É lá onde os reflexos são memórias
Das histórias e dos versos que componho
Enquanto me elevo no leve fumegar da chicória
E dos doces antigos que ainda saboreio em sonhos
Que eu te encontro, e te despego da gaveta
Daquela cómoda que mantenho no canto mais recôndito
Da minha alma...
Para te beijar!
Tão Lua…
Tão Tua…
Tão Nua!
Cris (Sem distância )
Meus amigos,
Queria responder a todos os vossos comentários... um por um. Mas, de momento vejo-me impossibilitada de o fazer porque a minha vida profissional n mo tem permitido.
Não posso, no entanto, deixar de vos dizer q as vossas palavras me têm alimentado a vontade de não parar de escrever em caso algum, bem como de retomar o ritmo das minhas visitas aos vossos blogs, tão logo me seja possível. Tenho-vos visitado em silêncio e por isso n podia deixar de vos agradecer aqui, bem alto, todo o apoio q me têm dado.
A todos, sem excepção, um beijo do tamanho da lua e um imenso OBRIGADA!
Bem-hajam e até já!
Cris
quarta-feira, setembro 14, 2005
Quando deito as palavras no meu colo...
Agarro as palavras, soltas no ar, quando dançam em cornucópias de sentires… e faço-as minhas!
Pinto-as… bordo-lhes sons e visto-as de histórias. Às vezes tenho q as deixar adormecer no meu colo para q saibam ser pequeninas. Outras vezes encosto-as apenas ao peito e ensino-as a crescer. Nem sempre querem. Têm medo! Nessas alturas tenho q as olhar bem de frente, nos olhos, e, beijá-las… É um beijo doce. Ensalivo-as… Aprendem a sorver desse beijo o mel e a ternura, mantos-leme da vida.
Depois, fecho os olhos ao tempo q as afago e permito-lhes viajar em mim. Sinto-as percorrerem-me as veias na busca incessante de trilhos que eu própria desconheço! Sei-as no esventrar de cada recanto do q sou e no emergir de cada poro da minha pele. Deixo-as livres em mim! Procuram vestígios de imagens que invento, cenas de histórias q sonho, desejos a germinar das sementes q ingiro, sombras de momentos de mim…
Sei q sentem necessidade absoluta de uma qualquer prova da evidência do q transmitem quando depositam na minha saliva um trago intenso de suor e desânimo.
É então que as chamo às palmas das minhas mãos e lhes digo calmamente que o meu corpo n é o local certo para as suas buscas. Todas as provas… qualquer vestígio das histórias com q as visto estão apenas naquele cantinho da minha alma onde mora a imaginação…
Entendem, finalmente, como podem dançar nas pontas dos meus dedos. Basta-lhes fechar os olhos, como eu, e abrir a gaveta da alma onde habitam as palavras imaginadas, suas irmãs, e dar-lhes as mãos como se asas fossem… e voar!
Das pontas dos meus dedos saltam como se de trampolins e, em cornucópias de sentires conscientemente imaginados, crescem em coreografias de danças mágicas. Felizes, sentem o palco nos olhos de quem as lê e as palmas nos beijos e nas lágrimas que por aqui ficam…
Nos meus lábios aprenderam a semear sorrisos quando regressam cansadas e me adormecem no colo!
Cris (Do jardim da minha alma)
quinta-feira, setembro 08, 2005
sobre o poente...
terça-feira, agosto 16, 2005
Férias
Chegou a minha vez de descansar um pouco. Vou... mas volto num instante!
Beijinhos
Cris
sexta-feira, agosto 05, 2005
Gostava...
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Gostava de saber como estás… O que fazes por aí…
Gostava até de saber como são as janelas desse lugar!
Quando tenho saudades tuas solto em mim a fantasia, invento asas e entrego-me aos braços do vento… morno, que me leva ao sabor do acaso. Sobrevoo mares e ilhas, vales e montanhas, rios, desertos e savanas.
Quando o cansaço me vence, sento-me num qualquer ponto do universo, fecho os olhos e nos meus braços estendidos espero sentir um abraço teu.
Nessas alturas sei q me bastaria o reflexo de um sorriso teu, ainda q não o alcançasse…
Bastar-me-ia um qualquer sinal de vida… qualquer q fosse a forma…
Um vestígio de ti bastaria…
Mas é o silêncio e a ausência q me dão as mãos… é o vazio que me encontra e me abraça… é o avesso do tempo que vem ao meu encontro…
Resta-me inverter o olhar e entrar em mim… descer os degraus da vida e desembrulhar as recordações que me levam ao teu colo e ao tempo das tuas mãos e dos sorrisos nos teus lábios. Aí, sim, encontro o eco da tua voz, forte e doce. Devolvo-te um sorriso… o mesmo q n tive tempo de te dar antes de partires, e deixo-me ficar assim, como quem espera q o tempo pare um pouco e me deixe sentir-te por algum tempo em mim…
Fechar a gaveta das recordações que guardo na alma, é sempre um momento de dor … só uma lágrima perdida ao longo do meu rosto a sabem fechar…
Mas não fiques triste, não é uma lágrima apenas de água e sal… é também de saudade e de amor!
Gostava tanto, pai, de saber como se existe para além da partida…
Gostava tanto de saber que, um dia, me poderei sentar num qualquer ponto do universo, a descansar, contigo ao meu lado, com a cabeça encostada no teu ombro…
Gostava de saber ler os sinais do tempo!
Vou agora recolher as minhas asas… aproveito o vento para te soprar um beijo…
Gostava q chegasse a ti!
Cris (Conversas contigo…depois!)
sexta-feira, julho 29, 2005
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Vem...
Ofereço-te-me regaço-sorriso... vem apenas, ausente de palavras que eu saberei ler-te nos lábios o beijo que me trouxeres...
Vem...
E saberás no meu olhar a vontade de te guardar em mim...
Dar-te-ei apenas o momento dos silêncios sem mundo que mora no seio dos meus braços.
Serei apenas ventre no acolher do teu olhar e saberei ser tempo sem compasso para q possas serenar.
Guardarei no meu peito os gritos q te ferem a garganta e calarei nos lábios as mágoas q me deres a guardar...
Vem... somente!
Cris ( Transparências)
terça-feira, julho 26, 2005
No adormecer dos dias...
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Há no adormecer dos teus dias um sussurro mágico, que vai além do encantamento, que me inebria e mantém inerte, ao sabor da vontade das íris extasiadas...
Olho-te para lá da distância e do recorte da solidão q transpiras... e respiro-te. Emprenho de ti o sal da vida e o ondular dos dias. Empresto-te as palavras para q possas vestir o voo das gaivotas de poesia e, em troca, ofereces-me a beleza dos flamingos em bando, rosando assim os meus sonhos , agora plenos de bailados graciosos e tranquilos.
Não me canso de te olhar no adormecer dos dias. De te olhar e de te sorrir...
Sabes-me a restos de infância e ao desabrochar dos sentidos... em ti deposito as pétalas de malmequeres desfolhados no seio da ânsia de viver , as lágrimas cristalizadas de mel desperdiçado em desgostos gaiatos e agora tão distantes, e aqueles sorrisos que transbordavam do peito nas horas das fogueiras a crepitar por trás dos acordes de uma qualquer guitarra perdida nos braços da lua...
Sonho-te ainda no adormecer dos dias, embalada pelo som dos beijos com sabor a fim do mar e a camarinhas... e sei-te minha cúmplice no relembrar dos pés descalços, gravados ao correr das tuas margens...
Olhar-te em silêncio no fundo dos meus versos é saber-te permanência naquele pedaço de alma que escolhi para guardar em mim a magia do adormecer dos dias no teu regaço, berço da lua...
Cris (Paisagens q não sei pintar)
segunda-feira, julho 18, 2005
Hoje, sim... sou eu!
sorrindo...
Hoje, sim, sou eu!
Olho estas minhas mãos e encontro-lhes vontade de acariciar as palavras...
Solto do peito a garra e agarro as palavras como quem as abraça, como quem as afaga e as beija. Hoje apetece-me um cesto no braço de onde se soltem os ramos de hera num rasto perfumado de primavera e verde... Hoje apetece-me semear um jardim de açucenas e sentir o macio do branco no meu rosto... Hoje renasço de mim mesma como se um mágico germinasse no meu peito e me trouxesse à garganta uma cascata deliciosa de poemas...
Agarro o fruto desfeito em sumo
e deixo escorrer por entre os dedos
o néctar, alimento dos meus sentidos
alheio ao meu sentir ele é sangue
das veias que invento no palpitar das palavras
e alaga-me a alma de um vermelho vivo
no entumescimento das vontades
desnudas de muralhas e firmamentos
vestidas apenas de sonhos e desejos que não minto
E eu sou... sou parte de um poema que vomito
num vómito do extase que consinto
a mim mesma quando voo além das asas
com que visto as palavras em que sinto
a magia das valsas imaginadas
ao ritmo dos teus braços que entrelaço
no sabor das palavras ensalivadas
pelos beijos que nos nascem dos lábios
agora já saciados e ainda tão famintos
Hoje, sim... sou eu!
terça-feira, julho 05, 2005
nas asas de um beijo...
Crescem asas no meu peito a cada momento em que respeito o voo dos q por mim passam...
_ Que bom deve ser voar...
Proferiste estas palavras como se fosses um condenado e este o teu último desejo... Eu n tinha umas asas para te dar, mas senti q esperavas de mim uma resposta, algo q te convencesse da inutilidade de tal voo...
Querias, sei bem, que te dissesse q voar é simples fantasia de quem nada tem para fazer e que esperava de ti a racionalidade de quem sabe bem onde coloca os pés e a firmeza de quem sabe escolher o seu caminho... E porque sabia q era essa a resposta q esperavas de mim, quase ta dei...
Quando demorei todo aquele tempo no fundo dos teus olhos, foi o tempo q demorou a luta q travei entre a tua vontade e a minha consciência... entre o medo de te desiludir e a defesa do meu acreditar... e foi mais forte do q eu...
_ E o q te impede de voar, amor?
_ Meu Deus, se não te conhecesse como conheço pensaria q acreditas que é possível voar...
_ Repito a pergunta : E o q te impede de voar?
_ Talvez o facto de n ser pássaro, não? Claro q posso sempre apanhar um avião, ou andar de asa delta, mas para o primeiro falta-me motivo e tempo e para a segunda... bem, falta-me a dita...
_ E coragem... não falta?
_ Hum... talvez tb um pouco, mas na ausência do material que interessam as suposições? Vá, mudemos de assunto... Onde queres ir?
_Voar!...
_Mau!... Deixa para lá os voos antes q te cresçam asas na ponta do nariz... eheheheheheh
Não podia parar naquele momento. As asas já cresciam dentro do meu peito e n me apetecia voar sozinha...
_ Vamos voar os dois... chiuuuuuuuuuuuu... n digas nada... encosta o teu peito às minhas costas e abraça-me... agora fecha os teus olhos e encosta o teu rosto no meu ombro... isso!... Esquece o teu corpo... n tens peso... esquece o chão... abraça-me só... sim, assim forte... e deixa-te ir!...
Sente a brisa morna nos ombros e deixa crescer em ti a sensação de umas asas brancas, leves, imensas... deixa q te conduzam aonde a tua alma quer ir... isso! ... Abre agora um pouco o teu abraço... só o espaço para q os meus lábios possam procurar os teus... Não, n abras os olhos... sente apenas...
Quando o meu sorriso se deitar nos teus lábios diz-me apenas o q sentes...
_Como é bom voar contigo, amor!...
Cris (páginas para te sonhar)
quarta-feira, junho 29, 2005
manda embora a solidão...
Fotografia de Jos� Lopes
domingo, junho 26, 2005
Ecos de um dia ao lado de um rio...
Foto de Ana Rita L�cio em Olhares.com
Há suspiros no leve espreguiçar das tuas ondas
e beijos-luz nos lábios do sol deitado em ti
Há no teu peito gargantilhas de conchas
tesouros que o mar deposita no teu leito
quando em abraços-maré te adentra
e no amor que faz contigo te deleita
Há no teu corpo líquido um brilho de sereia
canto-sorriso de lua encantada
quando no adormecer das tardes
acolhes no teu ventre o casario que se incendeia
E quando no renascer dos dias
te enfeitas do branco das velas já gastas pelos tempos
é ao vento que sorris e às gentes que relembras
a vertente de uma História recheada de momentos
em que foste mulher-estrada ou homem-leme
Hoje és talvez quase só beleza e ponto de encontro
mas manténs na pureza do teu brilho o encantamento
e a magia de quem tem no seu regaço o reflexo
e a vida de duas margens...
Cris ( Ecos...)
terça-feira, junho 07, 2005
Intervalinho...
Meus amigos,
Venho agora aqui, a meio do intervalinho que afinal é um pouco mais longo do q eu tinha previsto, para agradecer a todos/as o carinho q me têm dado, quer aqui ou através do mail ou do telefone.
Sinto por isso q devo a todos uma pequena justificação pela minha ausência.Fui operada à vista para corrigir a minha miopia e a operação faz-se em duas etapas. Desta vez foi o olho direito e no dia 21 será o esquerdo. Correu tudo bem, mas o facto de ter apenas um olho operado provoca-me uma disfunção visual e eu tenho mt dificuldade em ler e em escrever.
Volto logo que consiga demorar menos q uma hora a ler ou escrever um texto deste tamanho. Prometo!
Cris
Amigos,
Vou estar ausente por 2 ou 3 dias. Uma pequena intervenção cirúrgica, mas nada de grave!Volto logo, logo!Até lá um beijinho a todos!
Cris
segunda-feira, maio 30, 2005
Não sei...
Cobría-nos um manto de mar e de céu... nas gargantas tremia-nos a vontade de um abraço, socorro de um beijo naufragado pela urgência de lábios.
A paisagem era sol e a estação , a dos aromas das areias a dançar por entre as ervas das dunas ao som da brisa morna de uma manhã morrente...
Não há jardins na beira do mar, mas tu viste-me flor a desabrochar e nas palavras que eu não disse ouviste a minha alma a cantar... Soubeste, então ser sonho e mãos e beijos... Soubeste ser maré e corrente e barco no mar... Soubeste ser da cor do sol poente e eu quiz saber nascer em ti, mulher luar...
Não sei onde acaba, agora, a tua pele e começa o meu corpo... Não sei onde terminam os teus beijos e começam os meus lábios... Não sei onde o teu caule sou eu já a abrir em flor... Sei apenas que gosto de permanecer em ti e que só sei chamar-te de meu amor!
Cris ( Do ventre do mar)
terça-feira, maio 24, 2005
Deste-me o nascer do sol...
. Fotografia: Alfredo de Sousa Ventura
Um dia semeaste o nascer do sol na palma da minha mão e, sorrindo, disseste-me que o tinhas escolhido para me dar por ser o que de mais parecido encontraras com o meu sorriso. Nesse momento, inventei uma lágrima azul, e chorei-a, para ta poder dar... Não querias!... Pensavas que te entristeceria, mas eu lembrei-te que era apenas o que o que eu possuia de mais parecido com o mar!
E tu soubeste que era força e magia e amor o que eu te queria dar!
Depositaste, então, essa lágrima nos teus lábios e, fundindo nos meus olhos o teu olhar, pediste-me que te beijasse suavemente para que a pudesses guardar...
Desde então, a cada nascer do sol, sabem-te os teus lábios a sal... o sal de uma lágrima vestida de barco que não sabe naufragar! ...
Cris ( Dos meus lábios nasce a noite)
sábado, maio 14, 2005
Ensina-me a cantar, amor!
Imagem: António Miguel
No corpo nu dos meus sonhos,
É tão fácil deitar...
E, qd olho o calor dos teus olhos,
É um sorriso q te faz acreditar
Que os braços q te estendo
Que a pele q te arrepia
Q os lábios q te seduzem
E a língua q te lambe...
São a minha alma a chamar...
Por ti, amor...
Deita aqui...
Vem sonhar!...
Lembro-me de quando me desenhaste Lua e me pintaste com as cores do arco-íris. Lembro-me de quando vi no mar o rubro dos teus abraços e a tua sede de sonhar. E Lembro q deixaste na cor do céu o reflexo do meu olhar... no teu!
E foi assim que, da ponta dos teus dedos, germinou o meu sorriso e os meus olhos aprenderam o balancear dos teus abraços. E neles o meu corpo foi peregrino e aprendeu a sonhar...
Quero amar-te…
Ser tua…
Sentir-te…
Cheirar tua alma…
Sonhar o teu perfume…
Perder-me em teus braços…
E, no crepitar deste lume…
Saber que me sabes…
Apenas a Lua!
Ensinas-me agora a cantar?...
Cris ( Sonhos em Tempos de Lua)
terça-feira, maio 10, 2005
Escuta...
Imagem de Credd's
Apetece-me o rubro dos teus lábios e o doce silvestre da tua saliva no salpicar dos meus desejos...
Podem os teus dedos perder-se nas marés dos meus cabelos ao vento e a palma das tuas mãos trilhar o fundo do meu peito em desalinho enquanto nos meus ombros nasce a procura da tua pele-pêssego da cor da vontade e da loucura...
Podem os teus braços desfazer a fronteira entre a lucidez e o desvario e perder-me eu neles como barco à deriva sem norte e sem caminho...
E podem os teus olhos adentrar os meus segredos e inundá-los de carinho. Podem dizer-me em surdina q há lugares no avesso de nós que sabem a abrigo e a magia...
E mesmo assim, amor, é a amoras silvestres que eu quero hoje o sabor do teu beijar!...
Porque me apeteces, hoje, nas cores que se deitam, ao entardecer, no colo do mar. Porque te quero, agora, na urgência do vermelho rubro do morango que, ao trincar, se desfaz na mais fresca das fragâncias como se fora a espuma branca do mar... Porque te amo em cada gesto, em cada cor, em cada aroma... em cada olhar!...
Dizer-to é simples, mas eu prefiro que o sintas a cada instante da vida e o vejas escrito no céu da minha boca a cada momento em que te beijar!...
Escuta.... ao fundo, baixinho... ouve-se o mar!...
Escuta...
Cris ( Dos meus lábios nasce a noite )
quinta-feira, maio 05, 2005
E um dia chamei-me lua...
E um dia chamei-me Lua...
Um dia chamei-me Lua...
Foi quando os teus dedos encontraram nos meus olhos dois pedaços de luar e nos teus viste reflectida a cor do mar, num sorriso nu, nascido de um eco do firmamento que eu n consegui guardar.
Fizeste de um canto do mar o leito do verbo amar e eu vi no teu corpo a caravela que em sonhos me levaria aos braços das estrelas com q eu queria dançar... Dos teus ombros nasciam velas brancas que roçavam de leve a brisa que me enlevava no ar nas voltas de uma valsa que tinha por ritmo o marulhar dos teus lábios nos meus... Num segundo perdi o rumo do mundo e subi ao ponto mais alto dos céus ...
Lá estava a Lua... pedaço inerte de matéria, árida, triste, nua... E eu, que te queria dar o universo, ao vê-la ali tão só, vesti-me dela e fiz-me tua!
E porque dos meus olhos nascia a vida, aquela Lua, agora raínha tua, já sorria...
Um dia... chamei-me Lua!
Cris ( Dos meus lábios nasce a noite)
terça-feira, maio 03, 2005
vejo tão mais assim...
Sento-me calmamente nos braços da noite... quieta, como quietos estão os ventos da madrugada...
Ao ouvido chegam-me apenas os murmurios do silêncio e a voz da esperança aquietada no tempo. Estou cega, por enquanto, que a meus olhos me nega a vida a luz, mas sei agora que a cegueira não atinge a alma nem os sentidos e que não limita a vontade...
Vejo tão mais assim...
Vejo-te tão mais em mim...
Tomei em meus braços a fé e embalo em mim o acreditar... n rezo... peço! Outro nome não poderia dar aos pedidos que a cada momento me atravessam a voz, ainda que calada me encontre... Peço, rogo, imploro e prometo até... porque estas são as ferramentas a que fui limitada...
Cumprirás as promessas comigo, de mãos dadas, no dia em que os meus olhos saírem da escuridão...
Nesse dia encheremos de pétalas brancas o regaço e entregá-las-emos num abraço ao sorriso que sempre nos amparou...
Ajoalharemos aos pés do mundo e sentiremos no apertar das mãos que valeu a pena acreditar!
Por enquanto resta a espera e o pedir... e o passar do tempo...
Cris (Sussurros fora do tempo)
quinta-feira, abril 28, 2005
No teu abraço...
Quero semear no teu rosto os afagos das minhas mãos
e acender no teu olhar o laranja do pôr-do-sol
Quero sentir nas margens dos meus lábios o sopro dos teus beijos
e desencadear a chuva de palavras que preenchem os teus desejos
Colhe um arco-íris do céu onde eu possa esconder os anseios
que moram em cada prega da minha pele
e depois procura comigo o tesouro
que se esconde lá bem ao fundo na alma dele
Depois desenha comigo uma praia
bem ao sabor das pontas dos nossos dedos
e em segredo leva-me nas tuas asas até lá
Eu vou buscar a Lua para te sorrir ao luar
e no caminha colho estrelas brilhantes
Faço com elas um leito e um manto ao pé do mar
e deito nos teus braços e no teu peito ofegante
os meus sonhos, a minha vontade e a minha vida
Pois tu sabes que é lá que eu quero morar
Cris (Dos meus lábios nasce a noite)
terça-feira, abril 19, 2005
( A Votos...) Dançando no teu ouvido...
Meus amigos,
Estou a votos na Blogosfera! ( http://nablogosfera.blogspot.com/ )
Vão lá, visitem os blogs q estão a votos, e votem no q realmente gostarem mais!
A finalidade deste concurso é precisamente a divulgação do maior número de blogs. E acreditem ... há realmente blogs muito bons!
Um obrigada a todos!
Dançando no teu ouvido...
Vamos entrelaçar os nossos dedos...
A minha cabeça...
posso encostá-la no teu ombro, amor?
Dás-me um daqueles beijos
em que o calor do teu peito trespassa a minha alma?
E a pele...
Posso enalar, dela, o aroma das estrelas em q me deitas,
e beijá-la devagarinho... com calma?
Dos teus lábios...
Posso beber o amor com q chamas por mim?...
Os teus pés...
podes perder neles os meus... pequeninos?...
Vamos entrelaçar os nossos dedos...
As minhas mãos...
Deixas que as esvazie de medos,
e que te toquem no raiar dos teus segredos?
No teu ventre...
quero sentir o retrair dos músculos
e o tumúlto do respirar enquanto cresces em mim...
Desentrelacemos os dedos...
Nas tuas costas...
sente o crispar das pontas deles...
completamente cegos e possessos!...
Vamos entrelaçar agora os nossos olhos...
Afoguemos-nos num mar de afagos...
que entrelaçados
permaneceremos... sorrindo!
Meu amor...
Cris ( Do Silêncio e da Pele)
sábado, abril 16, 2005
nas tuas mãos sem tempo...
Cris (Do Silêncio e da Pele)
quarta-feira, abril 13, 2005
Cadeia de Literatura
Faço aqui um pequeno intervalo poético para vos pedir q venham comigo aos bastidores de uns pequenos momentos sagrados da vida: Os sentires de uma leitora!
Dou assim continuidade a uma cadeia q me parece ter por objectivo divulgar hábitos de leitura, o gosto pela mesma e verdadeiro valor de um livro!
“é iniciada aqui uma cadeia de literatura pela blogosfera portuguesa, vou chamar-lhe o ex-libris da tugosfera.a iniciativa foi do barrie do the pink bee, que fez o primeiro post a 7 de março, e foi-me passada pelo guy do non tibi spiro para lhe dar "o sabor do sul da europa". espero que a sigam."
O testemunho na Cadeia de literatura foi-me passado pelo Alexandre Sousa !Obrigada!
Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?
Se tivesse mesmo q ser um livro gostaria de nascer sendo "O Alquimista" de Paulo Coelho. Ou apenas um livro em branco, a germinar nas mãos de um poeta!
Já alguma vez ficaste apanhadinha(o) por um personagem de ficção?
Apanhadinha por personagens não. Mas envolvida por elas, sem dúvida! Faço questão de mergulhar a fundo nas leituras q faço, tentado sentir o q as personagens transmitem. Já passei noites inteiras em claro, por n querer "abandonar" um enredo a meio.
Qual foi o último livro que compraste?
Menina Coragem de Leal Coutinho.
Qual o último livro que leste?
Pescadores de Estrelas de Helena Malheiro.
Que livros estás a ler?
Crónicas Inocentes de António Sampaio Gomes
Que livros (5) levarias para uma ilha deserta?
Imaginar-me numa ilha deserta só com 5 livros é uma verdadeira tortura, mas ora deixem cá ver...
- Do Mal o Menos, Pedro Paixão
- A Máquina do Amor, Jackeline Susann
- Nas margens do Rio Piedra eu sentei e chorei, Paulo Coelho
- Segura-te ao meu peito em chamas, Possidónio Cachapa
- Os cavalos de Tarquínia, Marguerite Duras
A quem vais passar esta cadeia (3 pessoas) e porquê?
- À Blue ( http://sentidosocultos.blogspot.com/ ) Porque é uma escritora com a qual me identifico extraordinariamente. Escreve com uma profundidade sem limites num estilo de escrita transparente, abrangente e absorvente! Porque é uma menina que me diz sentir-se pequenina qd me lê e eu quero aqui mostrar-lhe o qt a sinto GRANDE qd a leio!
- Ao Frog ( http://outravoz.blogspot.com/ ) Que é um escritor q muito admiro. Revejo-me no seu estilo, nos seus temas, na sua forma de escrita.
- Ao Quim Lobices ( http://lobices.blogspot.com/ ) Porque sei ser um amante dos livros e das letras. Porque é um homem que escreve a sorrir e transmite uma serenidade inigualável em tudo o q diz e q escreve. E porque sei q gosta de partilhar a sua serenidade e os seus sorrisos!
Se eu pudesse, escolhia-vos a todos... mesmo q a seguir me chamassem três nomes feios e me rogassem uma praga ao PC, para eu n vos dar TPCs destes, mas só me pediram 3 nomes...
Mas n se preocupem, que o nosso Alexandre Sousa tem uma relação de amor-paixão com os livros e um dia destes dá-me mais um destes rebuçados e eu, que sou um coração de manteiga, destribuo-os outra vez convosco! ehehehehhe
sexta-feira, abril 08, 2005
beijo de lua...
Quando te vejo, os braços abertos, estendidos assim, tão certos, a transbordar de ternura e pressa de mim, sinto-me pedaço de lua, beijo de pele nua com toque de cetim. Nessa altura, os beijos são laivos de prata do céu, manto estrelado para te cobrir a nudez dos lábios, e te ocultar no sabor dos meus...
Quero dar-te mais um beijo de Lua...
Sentir-te tão meu no fundo dos teus olhos,
E na ponta dos teus dedos crescer nua...
Quero amarrar-te nos meus sonhos,
Sonhar-me perdida nos contornos dos teus lábios
E nascer nova depois de minguar no abandono do teu colo...
Deixa-me dar-te este beijo de lua,
Deixa-me percorrer o teu sorriso
Num abraço dado no meio da rua...
Deixa-me sentir o céu no meu ouvido
E lembrar o sussurro meio perdido
Que no escuro me deu vida
E da vida me fez saber como é crua...
Deixa...
Nem que seja para chorar outra vez...
Cris ( Do silêncio e da pele...)
terça-feira, abril 05, 2005
na calada da noite...
imagem de Maria Manuela Azevedo e João Carlos
Na calada da noite ouço o sussurro do tempo que me beija silenciosamente e me adentra pleno de pétalas brancas de magnólias e aromas frescos de mar... É um tempo q sabe de mim a vontade dos pés descalços e dos braços desamarrados de medos e me enlaça suavemente num despertar lento e calmo que me sabe a ternura de terra mãe e a pele suada de ti...
É assim, na calada da noite, que me alongo num espreguiçar lânguido e te-me desperto num sorriso de palavras-silêncio que soam a gemido...
Na calada
da noite
na ponta
dos teus dedos
baila
o meu sorriso...
No vértice
dos meus segredos
está o brilho
dos meus olhos...
Em silêncio
nas pontas
dos meus dedos
desfio
os nossos sonhos...
e
silenciosamente
beijo-te!...
Cris (Dos meus lábios nasce a noite)
quarta-feira, março 30, 2005
no fumo do último cigarro...
terça-feira, março 22, 2005
recomeço...
sexta-feira, março 18, 2005
Por extenso...
terça-feira, março 15, 2005
nas asas de um rio...
Cris (Dos meus lábios nasce a noite)
quarta-feira, março 09, 2005
Permanecendo...
Esquece as palavras e olha-me apenas...
Deixa que dos teus olhos escorregue a ternura que te humedece os lábios
e beija-me
simplesmente
E permanece em mim
Despe-te
Abriga-te debaixo da minha pele suada
e beija-me
docemente
Mas permanece em mim
Fecha os olhos e desamarra-te do mundo
desgarra-te da vida por um segundo
e beija-me
voando
E permanece em mim
Quebra as asas e voa mesmo assim
Abraça-me
Aperta-me
Quebra o silêncio
Grita
e beija-me
gemendo
Mas deixa que permaneça em ti
Cris ( Dos meus lábios nasce a noite)
segunda-feira, março 07, 2005
Ser...
Apenas a Lua cobriu a nudez que não quisemos guardar e nós fomos as nossas mãos em permuta de sentidos... fomos gemido... fomos fim!
Na partilha dos desenhos do fumo do cigarro criámos a história que ficará sempre na memória dos castelos de espuma de mar que erguemos nas estrelas que nos nasciam nas íris debruadas de rendas de sonhos... e, ainda que por momentos, dobrámos cuidadosamente a solidão e guardámo-la no fundo da gaveta do armário das velharias...
E quando olho agora as minhas mãos vazias, não deixo de lembrar que foram tuas e tão logo se enchem de sorrisos e de ti...
Não mais reabri aquela gaveta... prefiro lembrar-te em mim...
Cris (Sussurros fora do tempo)
quinta-feira, março 03, 2005
Pedaços de sonho e de loucura...
Cada pedaço que em mim mora
é um pedaço de sonho e de loucura
que umas vezes agarro desesperadamente
para que não morra
e outras tantas finjo apenas que não vejo
para enganar o desejo
de a deixar viver...
Ainda hoje nesta hora
queria que os meus braços fossem asas
e a minha alma a Lua
e nua queria voar de mim para fora
largar de mim o que em mim mora
e nunca mais saber voltar...
Porém... ao abrir as minhas mãos
eu sei que os meus dedos não são penas
e que o meu horizonte não é a linha da ilusão
do ondular das tuas mãos quando me acenas
lá tão ao longe que apenas as consigo inventar
e...
mesmo assim
não sei e não quero aprender a viver
sem o sabor de te amar
Cris (Dos meus lábios nasce a noite...)
terça-feira, março 01, 2005
Tão dentro de mim...
sexta-feira, fevereiro 25, 2005
Para além de mim...
Cris (Dos meus lábios nasce a noite)
quinta-feira, fevereiro 17, 2005
No trilho das tuas palavras...
sábado, fevereiro 12, 2005
chhhhhhhhhhh....
quinta-feira, fevereiro 10, 2005
Se eu soubesse...
Mas os meus sonhos moram em todas as cores... e no branco moram as asas em que voo sem rumo para além de mim e de ti, sobrevoando um espaço que invento e no qual te amo sem obedecer a horizontes ou fronteiras...
Já não chove mas a minha pele cheira a madrugada nas gotas de chuva que permaneceram esteticamente em forma de orvalho... parecem pequenos cristais malabaristas nas pontas dos pelos dos meus braços... Não tenho frio porque sei o calor dos teus lábios e sinto-os no desejo de beber a água da chuva que escorre da minha pele... não, não tenho frio!
Se soubesse pintar... pintaria os meus sonhos nas cores do arco-íris, com as pontas dos meus dedos!
quinta-feira, fevereiro 03, 2005
Do mais profundo da minha alma...
Pois não sabes tu que, no descuido do prolongar da cútis, se deixam os olhares adormecer no profundo dos sentidos e na permanência das bocas ensalivadas, como se em romarias de sonhos ascendessem aos céus?
Cris (Sussurros fora do tempo)
segunda-feira, janeiro 31, 2005
O meu sonho de lua cheia...
sábado, janeiro 29, 2005
Permanência...
não te demoro... apenas te sorvo no instante da magia e retomo o meu caminho na serenidade dos passos que então inventarei... mas não te demoro.
gosto do sabor que deixas na minha pele ao roçar dos teus lábios, que pressinto em instantes que não mais me desabitarão...
não te demoro... porque permaneces já em mim e a intensidade da permanência desamarra o tempo...
sinto-te ...
Cris(Sussurros fora do tempo)
quarta-feira, janeiro 26, 2005
Encantamento...
Ainda que se desencontrem os astros no silêncio melancólico da noite, deixam ao passar a beleza inédita de notas soltas ao vento, vestígios de um dançar divino e eterno que nem os anjos ousam igualar que lhes falta a coragem do suspiro...
Adivinho os gemidos pendurados nas estrelas num embalar de fragâncias brancas e líquidas e há restos de saliva doce no branco das nuvens agora aquietadas no nada flutuante da noite... Olho encantada! Subo devagar os degraus do sonho até ao patamar dos olhares cúmplices e sorvo-te dos lábios a ternura... porque conheço o teu sabor... Sei que me sabes em ti!
Sorrio-te!
Cris (Sussurros fora do tempo)
domingo, janeiro 23, 2005
Saudades...
Ao meu redor é noite escura onde vagueiam ecos de gente feliz e restos de frio bordados de neblina mansa, perfumada de maresia. Adivinho veios de salitre nos olhos das vozes que se desgarram das ruas e se colam aos vidros das janelas do meu quarto.
Sinto cega, a noite, e absorta a lua nos reflexos adormentados das ondas entristecidas da ria. E pressinto a leveza do bailado das palmeiras ao som da brisa do fundo da cidade.
Fecho os olhos e abro serenamente a minha alma, janela virada para o mar, e pinto um farol no recanto mais profundo do teu olhar... e um fundo azul... e um abraço... e o sabor dos teus lábios. Guardo as tuas mãos nas minhas e entrego-te o meu sorriso...
De volta aos meus dedos, reparo que terei que inventar uma nova artéria, no meu peito, onde possa correr, livre, a seiva com que pintei este quadro que não cabe nos contornos de uma simples página de um livro em branco, pleno de palavras ausentes, escritas em tons de fogo a que simplesmente dei o nome de "saudades".
Cris (Sussurros fora do Tempo)
quinta-feira, janeiro 20, 2005
Dos meus lábios aos teus...
jorram doces
as palavras
salpicos
de beijos
com sabor a algas
e a abraços de mar-chão
em que me alagas
teus os meus lábios
criam asas
desnudam-te
tecem-te desejos
e falam-te dos sorrisos
das minhas mãos
resto aqui parada no tempo
envolta na beleza do momento
em que o teu sono estremeceu
ao toque pleno e perfeito
das palavras que te levaram os meus lábios
e neles um beijo meu...
Dormirei, então, agora...
Cris ( Sussurros fora do tempo)