
Cobría-nos um manto de mar e de céu... nas gargantas tremia-nos a vontade de um abraço, socorro de um beijo naufragado pela urgência de lábios.
A paisagem era sol e a estação , a dos aromas das areias a dançar por entre as ervas das dunas ao som da brisa morna de uma manhã morrente...
Não há jardins na beira do mar, mas tu viste-me flor a desabrochar e nas palavras que eu não disse ouviste a minha alma a cantar... Soubeste, então ser sonho e mãos e beijos... Soubeste ser maré e corrente e barco no mar... Soubeste ser da cor do sol poente e eu quiz saber nascer em ti, mulher luar...
Não sei onde acaba, agora, a tua pele e começa o meu corpo... Não sei onde terminam os teus beijos e começam os meus lábios... Não sei onde o teu caule sou eu já a abrir em flor... Sei apenas que gosto de permanecer em ti e que só sei chamar-te de meu amor!
Cris ( Do ventre do mar)